“Pela
primeira vez na história da violência do Rio as estatísticas registram mais
mortes de policiais em serviço que fora dele. Anteriormente morriam mais
policiais violentamente em razão de atividades particulares e reação a roubos
que em serviço. O acirramento do conflito foi propiciado pela política de
extermínio implantada em 2007, sob o comando do governador Sérgio Cabral e do
secretário Beltrame”.
Pela
primeira vez na história da violência do Rio as estatísticas registram mais
mortes de policiais em serviço que fora dele. Anteriormente morriam mais
policiais violentamente em razão de atividades particulares e reação a roubos
que em serviço. O acirramento do conflito foi propiciado pela política de
extermínio implantada em 2007, sob o comando do governador Sérgio Cabral e do
secretário Beltrame.
Carro-chefe
de um governo sem programa, anão ser os grandes eventos que enriqueceram as empreiteiras
e políticos inescrupulosos, as UPPs foram instaladas após chacinas que abriram
o espaço para a ocupação militar, a começar pelas da Coreia e do Alemão. A
aliança que se formou em torno dos grandes eventos e de tal política genocida
afastou qualquer discussão sobre o que é segurança pública e seus fundamentos.
Dirigentes de organismos que têm a incumbência de defesa de direitos aliaram-se
aos governantes, em razão de rasos interesses eleitoreiros. A destituição pelo
presidente da OAB-RJ, em 2007, da Comissão de Direitos Humanos que acompanhava
a apuração das chacinas é emblemática.
A
pretexto de política de segurança disseminaram-se a violência estatal e a
arapongagem. As polícias Militar e Civil foram submetidas a regime de dominação
espantoso. Tivemos quase um comandante da PM por ano desde 2007, e deslocou-se
uma delegacia para a estrutura da Secretaria de Segurança, fora dos quadros da
Polícia Civil, sem subordinação ao chefe de polícia.
Quem
vir uma tartaruga no galho de uma árvore há de procurar saber quem a colocou
lá, pois tartarugas não sobem em árvores. De onde surgiu o secretário Beltrame, não sabemos, assim como não sabemos
quem o mantém no cargo e a razão de a maioria dos secretários de
segurança do país ser de delegados federais, cargo que o secretário ocupa em
razão de decisão judicial; para onde irá após as Olimpíadas, também não
sabemos. Tampouco podemos dizer se continuará delegado ou se retomará ao cargo
de agente. Mas as sequelas deixadas pela política por ele implementada e a
dificuldade de reorganização dos órgãos de segurança serão sentidos no dia a
dia dos fluminenses. Diante da crise na segurança que se vivência e se agravará
com a permanência do secretário, é hora de sua partida.
Publicado originariamente
no jornal O DIA, em 02/07/2016, pag. 11.
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