Choramos nos sepultamentos por nós que ficamos sem aquele que morreu.
Choramos também por sabermos que este é o nosso inexóravel destino.
Os rituais de sepultamento são necessários. Com ele nos certificamos do desfazimento dos laços que nos prendia a quem morreu.
O reconhecimento do direito de participar de um funeral nos humaniza; nos dá dimensão civilizada.
A lei de Tebas proibia que Policines fosse sepultado. Mas, sua irmã Antígona não se submeteu a tal iniquidade. Mais que a lei editada por seu tio Creontes reconheceu que Policines tinha direito ao sepultamento, por se tratar de dignidade da pessoa humana acima da lei editada pelo tirano.
A dignidade da pessoa humana é fundamento da República brasileira. Está no art. 1o, V da CR, assim como o pluralismo político, inscrito no inciso III.
Não é a nossa lei que impõe a barbárie. É o verdugo; o carcereiro; o carrasco com suas vestes pretas.
É tempo de ler Antígona, de Sófocles, disponível no link abaixo. Precisamos resgatar o que nos caracteriza como humanos.
Antígona, de Sófocles, disponível no link: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/antigone.pdf
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