"Há 47 anos, em 13 de dezembro de 1968, Dia de Santa Luzia e
dos cegos, uma escuridão se abateu sobre o Brasil. Fora editado o AI-5, que
suprimiu os direitos e as garantias fundamentais. Os coveiros da democracia,
com óculos escuros para esconder o sangue nos olhos, suprimiram o habeas
corpus, cassaram mandatos legítimos e suspenderam as garantias dos juízes,
dificultando que assegurassem os direitos dos cidadãos. As empresas de
comunicação que não se alinharam ao regime foram censuradas ou fechadas, e as
que enalteciam a brutalidade foram financiadas. O AI-17 possibilitou a expulsão
das Forças Armadas dos que tinham compromisso com a democracia, com a ética e
com o povo brasileiro. Corruptos e vendilhões da pátria progrediram nas
carreiras, e os oriundos de famílias cujos negócios estavam associados a
empresas estrangeiras usaram as instituições para se apropriar das riquezas nacionais".
Há 47 anos, em
13 de dezembro de 1968, Dia de Santa Luzia e dos cegos, uma escuridão se abateu
sobre o Brasil. Fora editado o AI-5, que suprimiu os direitos e as garantias
fundamentais. Os coveiros da democracia, com óculos escuros para esconder o
sangue nos olhos, suprimiram o habeas corpus, cassaram mandatos legítimos e
suspenderam as garantias dos juízes, dificultando que assegurassem os direitos
dos cidadãos. As empresas de comunicação que não se alinharam ao regime foram
censuradas ou fechadas, e as que enalteciam a brutalidade foram financiadas. O
AI-17 possibilitou a expulsão das Forças Armadas dos que tinham compromisso com
a democracia, com a ética e com o povo brasileiro. Corruptos e vendilhões da
pátria progrediram nas carreiras, e os oriundos de famílias cujos negócios
estavam associados a empresas estrangeiras usaram as instituições para se
apropriar das riquezas nacionais.
Naquele cenário
sombrio foi escolhido, entre eles, para ditador-presidente, o general Emilio
Garrastazu Médici, cujo mandato foi marcado por perseguições, torturas,
assassinatos e desaparecimentos.
Reclamamos da
corrupção do mercado, existente em tempos de democracia e que seduz agentes
públicos, porque dela tomamos ciência, possibilitada pela liberdade de
expressão. Nas ditaduras não se pode falar o que fazem os ditadores. Quem
quiser saber do patrimônio do general-ditador e da briga familiar pelo seu
espólio pode consultar o processo do seu inventário que tramita, publicamente,
na 5ª Vara de Órfãos e Sucessões no Fórum do Rio de Janeiro. Dele consta que o
general, ditador e facínora, fez adoção exclusivamente para fraudar a
Previdência Social. A adoção fora feita tão somente para fins previdenciários.
Mas a Constituição
Cidadã de 1988 igualou todos os filhos, naturais e adotivos, havidos no
casamento ou fora dele, para efeitos de sucessão hereditária, e a ‘filha
adotiva’ pretendia parte da herança, composta também por fazenda de gado no
Sul, ainda que ele tenha morrido anteriormente. Era um ditador-pecuarista.
Em tempo de
justiça, o Conselho Universitário da UFRJ cassou o título de Doutor Honoris
Causa. Falta tirar a placa que o homenageia no canteiro central da via entre o
Centro Tecnológico e o Centro de Ciências da Matemática e da Natureza. Estarei
lá para ver.
Publicado
originariamente no jornal O DIA, em 13/12/2015, pag. 18. Link: http://odia.ig.com.br/noticia/opiniao/2015-12-12/joao-batista-damasceno-hoje-13-de-dezembro-e-o-dia-dos-cegos.html
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