segunda-feira, 21 de março de 2016

Nazismo e fascismo: símbolos remanescentes


“Os entulhos autoritários jamais foram removidos das instituições e se tornaram um passado que insiste em estar presente. Em brasões de batalhões da Polícia Militar, há expressões do nazismo e do fascismo. O brasão do 2º BPM tem a águia da força aérea alemã nazista, e o do 22º BPM, o fascio romano, símbolo do fascismo. Este também é encontrado em todo o prédio da Alerj, cuja construção começou em 1922, ano da ascensão dos fascistas na Itália. No brasão do 4º BPM encontramos Cérbero, cão de três cabeças que na mitologia grega guardava a entrada do inferno, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem, e que despedaçava os mortais quando os encontrava. A simbologia é expressão do que se pensou nas instituições e pode expressar o que remanesce em suas práticas”.
O chefe do Estado-Maior da PM, coronel Robson da Silva, no programa ‘Encontro com a Justiça’, surpreendeu ao falar do modelo de segurança herdado do Estado Novo, que joga sua corporação nos braços das ocorrências violentas e que vitimiza a sociedade e os profissionais da segurança do Estado, notadamente praças que vivenciam os confrontos.
Os entulhos autoritários jamais foram removidos das instituições e se tornaram um passado que insiste em estar presente. Em brasões de batalhões da Polícia Militar, há expressões do nazismo e do fascismo. O brasão do 2º BPM tem a águia da força aérea alemã nazista, e o do 22º BPM, o fascio romano, símbolo do fascismo. Este também é encontrado em todo o prédio da Alerj, cuja construção começou em 1922, ano da ascensão dos fascistas na Itália. No brasão do 4º BPM encontramos Cérbero, cão de três cabeças que na mitologia grega guardava a entrada do inferno, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem, e que despedaçava os mortais quando os encontrava. A simbologia é expressão do que se pensou nas instituições e pode expressar o que remanesce em suas práticas.
O professor de História Marcelo Biar denunciou ao MP do Rio que os ladrilhos do pátio do Colégio Padre Antônio Vieira, no Humaitá, são compostos por suásticas nazistas. Um jornalista fluminense correu em defesa dizendo não ser suástica, mas brasão da família do antigo dono da casa para onde a escola se mudou em 1940 e pediu calma. Um poeta disse que não era brasão, mas padrão de piso existente em vários prédios do Rio do início do século 20, como no Edifício Victor, na esquina das ruas Riachuelo e do Lavradio.
A suástica no piso do colégio voltou a ser defendida sob o argumento da antiguidade do símbolo, milênios anteriores ao nazismo e proveniente da cultura hindu. É verdade. Mas a suástica hindu é no sentido horário, e a nazista do piso do colégio, no sentido anti-horário, refletindo as crenças da seita Vril praticada pelos nazistas desde o início do século 20.
Ninguém defende a demolição do Palácio Tiradentes por conter símbolos fascistas, nem o piso do Colégio Padre Antônio Vieira. O que preocupa o professor Marcelo Biar e a muitos outros é a convivência pacífica com símbolos e práticas herdadas de tempo obscuro no qual o mal foi banalizado.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário