CHANTAL PILLET, A DIRETORA EXECUTIVA DO CARREFOUR É MULHER E NEGRA. E ISTO NÃO IMPEDE O EXTERMÍNIO DOS NEGROS POBRES. A QUESTÃO É DE CLASSE SOCIAL
Há um padrão de tortura
pelos seguranças no Carrefour que deve ser objeto de investigação.
Já não basta punir os
casos noticiados, que são muitos.
Se não mudar o padrão de
atuação muitos ainda morrerão. O perigo é que passem a matar sem possibilitar
filmagem.
O primeiro caso que ouvi
falar foi no Carrefour da Barra da Tijuca e o delegado era Orlando Zaccone. Os
seguranças haviam pego duas mulheres furtando protetor solar, levaram-nas para
a "salinha de correção" e telefonaram para os traficantes da Cidade
de Deus virem buscá-las.
Havia um "acordo de
colaboração" entre os seguranças do Carrefour e os traficantes da Cidade
de Deus.
Uma das mulheres
conseguiu fugir, se escondeu numa loja, telefonou para a polícia que ao chegar
a levou para a delegacia para ser autuada pela tentativa de furto.
A outra foi levada pelos
traficantes.
O delegado mandou uma
equipe fazer uma ronda na Cidade de Deus. Ao verem a ação policial os
traficantes liberaram a mulher, que estava em vias de execução por tortura. Ela
telefonou para a amiga, que estava na delegacia, e recebeu instrução para ir
também para lá.
Os seguranças foram
presos e incursos nas penas do crime de tortura. Mas, o 'padrão de segurança' foi
mantido pelo Carrefour.
O racismo institucional que se denuncia no
caso de Porto Alegre/RS não se resolve com a ascensão de alguns negros aos postos de
mando. Chantal Pillet, a diretora do Carrefour, é mulher e negra. E isto não
impede a execução dos negros pobres em conflito com os interesses patrimoniais da multinacional francesa. A questão é de classe social. Papa Doc e
Baby Doc, assim como os Ton-ton Macutes (todos negros) igualmente massacravam
os negros pobres no Haiti.
A questão está no liberalismo e no
capitalismo periférico. No liberalismo cada qual deve por seus próprios méritos
atingir seus objetivos. Mas, no capitalismo periférico uma parcela da sociedade
não está qualificada para produzir nem para consumir. Daí é que pode ser
eliminada. No Brasil, a maioria dos componentes desta parcela “matável”, porque pobre, da
sociedade é de pessoas negras. Mas, brancos pobres também são descartáveis na
concepção dos senhores do capital, sejam os ocupantes dos topos das corporações da etnia que for. Estão a serviço dos interesses que os dominam e que não são permeados pelo valores que nos caracterizam como humanidade.
Perfeito. Concordo com sua brilhante reflexão. Obrigado.
ResponderExcluirEu sempre digo que o preconceito e o racismo não estão na cor da pele, mas na cor do saldo bancário. Dificilmente os negros ou pardos com bom saldo bancário ou bom cadastro serão constrangidos
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