quinta-feira, 13 de maio de 2021

AJD – ENCONTRO DE SALVADOR (2008)

No Encontro da AJD ‘Diálogos e Alteridade’ em Salvador, no ano de 2008, conversamos com J.J. Calmon de Passos. Eu gostaria de ter o autógrafo do processualista. Na véspera do encontro percorri a pé toda a cidade de Salvador em busca de uma livraria procurando um livro do professor.

Descobri que em São Salvador não havia livrarias. Nenhuma, com exceção da Forense que vendia livros próprios!

Em Salvador, em 2008, não havia uma única livraria. Somente papelarias onde também se vendiam livros didáticos. Fui a sebos. Conheci o Sebo do Brandão, no alto de um morro. Brandão, de quem já havia comprado livros pela Estante Virtual, me recepcionou muito bem, mas não tinha nenhum livro de J.J. Calmon de Passos. Ele queria me vender um exemplar original da tese do professor. Mas, queria que eu desse todo o dinheiro que tinha na carteira, o cartão de crédito com a senha, o talonário de cheques já assinado em branco, um rim e uma córnea. Não foi possível adquirir aquele exemplar raro. Contentei-me com as conversas e as fotos.

Ao chegar ao Rio de Janeiro separei os livros do professor para quando o encontrasse no futuro pedir o autógrafo. Mas, ele morreu na semana subsequente ao nosso encontro.

A partir daquele ano passei a olhar para a grandiosidade das cidades em razão da existência de bibliotecas públicas e livrarias.

No dia seguinte ao encontro com J.J. Calmon de Passos fomos a um terreiro que sofria assédio de igrejas neopentecostais.

Aquele terreiro fazia 100 anos e na data comemorativa fora tombado. Representava a resistência que também exercitamos.

Maurício Brasil, juiz que coordenava o núcleo da AJD na Bahia, diz: “Foi um dia histórico para a AJD, a 1ª vez que o conselho executivo sobe o morro, visita um terreiro de candomblé e é recebido com um café da manhã regado com a história do terreiro contada pelo sábio do Tumba Junçara. Foi o que fiz de melhor na minha gestão. Axé”.

Fui ao terreiro com a camisa do América F.C., vermelha e branca. Mas o time era tão ruim que Xangô, por justiça, não lhe poderia ajudar a vencer. Há coisas tão difíceis que são impossíveis até para Xangô. Nem com raios e trovoadas Xangô conseguiu ajudar o América. Mas, a rua Campos Sales ficou toda inundada.














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